domingo, 19 de abril de 2020

Amor: Antídoto do Covid 19

Estava tudo indo bem. Programação normal. Comecei a ter espirros e coriza na sexta-feira, no sábado amanheci com dor de cabeça mas como tinha a reunião pedagógica e não poderia faltar levantei-me e fui para escola. Passamos a manhã planejando o ano letivo, semana de provas, caldeirão cultural, avaliações institucionais, um sem fim de assuntos naquela pauta extensa. Dei um espirro, meus colegas quase me colocaram pra fora da sala ( risos). Sai um pouco antes do fim da reunião, mas a mesma foi bastante produtiva. Estava tudo planejado, mal sabíamos que quase tudo ali não seria executado. Segunda feira, ainda com dor de cabeça, Maria havia tido febre, não fui à escola nem mandei-a. Passei a manhã vendo tv e as notícias, as tristes notícias começaram a surgir. Já eram 234 casos confirmados de pacientes com covid no Brasil. Um espanto! O Covid chegou de fato ao país do Carnaval. Falei com minha cunhada na Espanha que me alertou, " cuidate e cuida a tus padres, a Gabriel, Gabriela cuña, pues la cosa es más grave que pensamos, estoy cerrada en casa". A "ficha" começou a cair, proibi meus pais de saírem, comecei a tomar os devidos cuidados e precauções. O Presidente da República do Brasil, tentou amenizar a situação, por ignorância, por imbecilidade, por egoísmo, "é só uma gripezinha, um resfriadinho", diminutivos associados a um substantivo que nomeava uma "coisa" que já havia matado 7 mil pessoas no mundo. Os dias começaram a passar, os governantes da Bahia e de Salvador entenderam que uma "onda" estava por nos atacar e suspenderam aulas, funcionamento de academias, parques, festas, fechou tudo que promovesse lazer, e que aglomerasse pessoas. Os dias foram se passando, 31 de março, 202 pessoas morreram vítimas do covid e 5.182 pessoas infectadas. Os números começaram a crescer, as restrições por parte do governo estadual e municipal aumentaram, e com elas as críticas, comércio deve fechar, comércio deve abrir, vai aumentar desemprego, vai aumentar a curva. Com as escolas fechadas - as unidades da rede particular principalmente - iniciou-se a temida educação a distância na educação básica, envio diario de atividades, de video aulas, material impresso, orientações pedagógicas. Muitas crianças tiveram pela primeira vez o sabor de ser instruído em suas atividades por seus pais, por que até a tia do reforço escolar está de quarentena. Além de ensinar matemática português ciências, precisamos criar brincadeiras, histórias, estratégias para descontrair, para aliviar a tensão por estar somente em casa. Sabe aquele closet maravilhoso cheio de bolsas, sapatos, roupas? Está lá intacto, é tudo desnecessário, supérfluo. Nesse momento de pandemia, para aqueles que estão confinados em casa, um chinelinho leva aos lugares que se deve ir, mercado, farmácia, padaria. Não tem shopping para passear, gastar, consumir, não tem praia, não tem shows, festas, baladas, barzinhos. Os dias foram passando e começamos a sentir falta de abraçar calorosamente as pessoas, de encontrar com um amigo na rua e apertar- lhe a mão. Que triste! Passou a Páscoa, muitas famílias não se reuniram como de costume, não "rolou" o baba do vinho, a resenha na rua com os amigos depois do jogo, não faltou também o almoço nem o ovo da páscoa, mas faltou o mais importante: a casa cheia de pessoas que amamos como já era de costume. Talvez a sexta feira santa não seja mesmo um momento de festa, e sim de reflexão. Talvez tenhamos aprendido a lição. Abril os números só aumentam. No mundo, hoje dia 19 de abril, dia do índio, a "gripezinha" do presidente ja matou 160.952 pessoas, no país do Carnaval 2.372. Nesse último mês o que fizemos de diferente em nossas vidas?? Vale a pena refletirmos. Os planos futuros que fizemos, foram superados pelos planos do Nosso Criador, daquele que determina que as folhas caiam ou não das árvores, quem diz como deve ou não deve ser é o Pai Celestial que nos criou e cria. Com toda certeza da minha vida, esse momento é um divisor de águas para quem por ele passar e seguir aqui na Terra. É hora de valorizar mais o Ser, valorizar a essência das pessoas, é hora de plantar e cultivar o amor, é hora de cuidar, de doar, de ajudar, nesse momento não cabe egoísmos, egocentrismos. Temos a opção de aprender as lições na dor ou no amor, que a única dor que sintamos seja a que o confinamento nos causa, que não precisemos"perder" alguém que amamos para mudar de atitudes. Vai passar, logo em breve voltaremos à nossa vida normal, mas que voltemos diferentes, que voltemos pessoas melhores. (...) Amanda Maracajá Gonzalez.

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